terça-feira, 28 de abril de 2009

Nós que aqui estamos por vós esperamos

O documentário Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos, mostra acontecimentos que marcaram o século XX. Não tem narração, depoimentos dos personagens envolvidos, nem dados estatísticos. Apresenta uma musica de fundo, às vezes ruídos e outros momentos silêncio. Traz recortes biográficos reais de pequenos e grandes personagens que viveram no século XX.
Nós que aqui estamos por vós esperamos, discute a banalização da morte e da vida. O diretor do filme, Marcelo Masagão, tenta ligar os fatos históricos ás tendências comportamentais de cada pessoa. Aborda o processo de modernização industrial, bem como a alienação sofrida pelos trabalhadores.
A mudança nas formas de comunicação, depois do surgimento do telefone, da energia elétrica, do radio. A produção em série de utensílios domésticos e carros, leva-nos a pensar na inteligência do homem criando ferramentas, mas por outro lado as ferramentas recriam o homem.
A queda do muro de Berlim, a revolução cultural dos anos 70, sob os pés de mão Tse-túng, a extração do ouro em Serra Pelada no Brasil, são fatos relembrados.
Em 1929, a quebra da bolsa de nova Iorque, o desemprego, a fome, o desespero, etc.. A dissipação de famílias e sonhos na cidade de Hiroshima e Nagasaki destruídas pelas bombas atômicas.
Retrata rostos de intelectuais, cientistas, escritores que tiveram seus livros queimados por soldados nazistas. Rostos de chefes de Estado que causaram a morte de milhões de pessoas, motivados pelo que o autor chama de paranóia.
Exibe a solidão da guerra, traumas, desespero, protesto como o jovem chinês que enfrentou uma coluna de tanques na Praça da Paz celestial.
O documentário demonstra a evolução da independência feminina ao longo do século. Mulheres em passeatas fazendo protesto entrando no mercado de trabalho e defendendo o controle de natalidade. Conquistando atitudes antes privada do sexo masculino como: fumo, dança, uso de bebida e livrando-se dos afazeres domésticos.
A nudez aparece nas artes, à igualdade entre os sexos. Todas as religiões são mostradas como forma de buscar a Deus. Mostra uma criança em algum lugar a espera de Deus, abandonada, indefesa, e assim viva é uma cena impactante.
Assim, mostra que vivemos a espera de algo “tornamo-nos uma maquina de espera. No momento esperamos comida. Depois será a correspondência e a qualquer momento uma bomba inimiga, que poderia acabar com a nossa tediosa espera”.
Exibido em preto e branco e no final um cemitério é filmado em cores e no portal a frase: “ Nós que aqui estamos por vós esperamos”.
Relata a finitude do homem. O século XX foi marcado por muitas guerras, mas também por evoluções, descobertas, crenças, ambições e sonhos. O século se foi, ficaram apenas as pequenas histórias.
Aqueles que aparecem no filme foram importantes, poderosos, outros pequenos, sem importância, mas todos tiveram sua historia e hoje estão mortos esperando por nós que seguimos o mesmo caminho da finitude.
O documentário leva-nos a valorizar a valorizar a vida humana entender a sua fragilidade ao mesmo tempo muitas vezes esquecida pelos poderosos.
“Nunca dominamos completamente a natureza, e o nosso organismo corporal, ele mesmo parte desta natureza, permanece sempre como uma estrutura passageira, com limitada capacidade de realização e adaptação”. Freud.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Nome da Rosa

O filme retrata o período da Idade Média, assim sendo, focaliza o advento da ascensão do Cristianismo, mais precisamente o ano de 1327. Sendo baseado no romance do escritor italiano Umberto Eco. Em o Nome da Rosa encontramos o protagonismo da história de vida pertencente a um monge chamado, William de Baskerville (Sean Connery) e a um noviço Adosn de Melk (Christian Slater); que são enviados a um mosteiro na Itália para investigar uma série de mortes misteriosas que aparentemente tinha um aspecto sobrenatural, mas que no fim acabou por ter uma explicação humana. Neste sentido, os monges lutavam contra o paganismo, as heresias, as bruxarias, as descrenças dos infiéis e defendia os dogmas cristãos; atitudes típicas do período Teocêntrico, onde Deus ocupa o centro do Universo. O mosteiro retratado em o Nome da Rosa era mantido com doações dos fieis. Lá eles pregavam a ideologia de que quem doa em terra, recebe cem vezes mais no céu. Buscava conciliar o saber e a razão com a fé cristã, baseados nos ensinamentos da escritura sagrada (a Bíblia).
Assim, segue expondo os escândalos que a igreja católica cometia, tais como: os assassinatos no processo de inquisição, a falsa moral, a manipulação da população pobre e analfabeta e a tentativa de privar o conhecimento, com a prática de ocultar livros considerados contra-indicados, pois os monges acreditam na possível persuasão de comportamentos inadequados aos padrões sociais, comportamentais e religiosos daquela época histórica. Neste contexto, todos os conflitos europeus do período vêm à tona, mostrando homens dedicados à igreja, a luta contra os infiéis, a hegemonia da Igreja Católica e, sobretudo, a massificação da luta contra o pecado e o sentimento de culpa, em função dos representantes do clero dar vazão às libidos carnais, os quis eram punidos com sacrifícios e castigos físicos para purificar o corpo e supervalorizar o espírito.
Em virtude dos acentuados casos de mortes acontecidas naquela casa católica, chega ao mosteiro o inquisidor Sr. Bernardo Gui (F.Murray Abraham), que por reprovar as investigações baseadas na razão sustentada por Baskerville; Gui, então, passa a considerá-lo um dos principais suspeitos e responsável e/ou mentor desses crimes. Contudo, o filme evidencia que as mortes são o resultado do dogmatismo religioso de um monge, decidido a impedir que um livro julgado na ocasião perdido, do filósofo grego Aristóteles, que fala sobre o riso, possa ser conhecido por todos. Nesta contenda, o Monge Superior, mentor e executor das mortes tenta justificar essa conduta alegando que o monge, em si, não deve rir de coisas sem sentido, assim, eles devem buscar o silêncio e jamais falar o que pensa, a não ser que seja questionado. Trazendo a discussão de que a maior parte dos crimes que assolam a humanidade tem por base o dogmatismo e a intolerância de quem pensa ter o monopólio da verdade e o direito de impor aos outros sua verdade, o filme o Nome da Rosa é revelador do pensamento dos radicais católicos que prevaleceu durante toda Idade Média.
Por fim, conclui-se que o principal tema abordado pelo filme assistido foi o dogmatismo religioso e a busca de ocultar o conhecimento, visto como uma ameaça potencialmente perigosa à existência da supremacia cristão/católica que impôs a sua dominação durante longos séculos da nossa era. A biblioteca era construída como um labirinto, para dificultar seu acesso. Os livros tinham de ser copiados à mão por monges, em conseqüência disso, esses livros eram bastante raros, grandes e de difícil manuseio e acesso. Ninguém tinha permissão para entrar na biblioteca, lá continha obras de consulta, poucos livros nas prateleiras e a maioria ficavam escondidos na torre. O Livro sobre comedia desaparecido ao ser paginado soltava substancias na ponta dos dedos, que acabavam atingindo a corrente sanguínea levando o leitor a morrer envenenando, então o seu conteúdo não podia ser divulgado, pois alegavam que “o riso mata o temor a Deus”.
Baskerville ao desvendar o motivo das misteriosas mortes realizadas em sete dias, tenta também se livrar das acusações, arriscando sua própria vida em nome da verdade e da cultura. O próprio título “O Nome da Rosa” é uma expressão criada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras. A palavra é dotada de uma essência, tem caráter universal, é imortal, ao mesmo tempo em que transitória e passageira, como uma rosa. Muito certamente, o filme não agrada aos católicos conservadores, mas exemplifica ricamente o período Teocêntrico e o pensamento do homem da Idade Média.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Fúria de Titãs


Fúria de Titãs
Filme dirigido por: Desmond Davis
Elenco principal: Harry Hamlin (Perseu), Laurence Oliver (Zeus) e Judi Bowker (Andrômeda)


A fúria de titãs relata a historia de Perseu e sua mãe Danae, filha de Acrísio rei de Argos, que no momento quando soube da gravidez da filha a trancou numa urna lançando-a no mar. Zeus o pai de Perseu foi informado por Poseindon, o deus dos mares, o que ocorreu tomado do sentimento de raiva. Zeus mandou que Poseindon destruísse Arcos inclusive o Rei Acrísio, que soltasse o vento, agitasse o mar e soltasse o ultimo dos titãs, mas que protegesse Perseu e sua mãe, que ficam salvos na ilha de Serifa, na qual Perseu vive até ficar adulto.
A deusa do mar pede perdão para seu filho Cálibos, que cometia atrocidades em função de seu egoísmo, mas Zeus não dá, condenando-o a viver no pântano. A deusa fica irada com essa situação e jura que se seu filho não podia casar-se com Andrômeda, ninguém mais faria. Assim, a historia é desenvolvida mostrando o ciúme de Zera por Perseu, já que este era filho de Zeus, assim contando com sua proteção, enquanto que seu filho Cálibos estava sendo castigado.
Os deuses eram detentores de poderes incríveis, como o de voar, dominar as forças da natureza e possuir o dom da imortalidade. Eram semelhantes aos humanos em seus sentimentos, sendo acometidos de raiva, ciúme, tristeza, amor, desejo e alegria. Também se relacionava com os mortais e por eles se apaixonavam, gerando filhos, surgindo desses relacionamentos os semideuses. A fúria de titãs retrata os deuses se comportando a semelhança dos humanos em suas ambições e beligerância.
O filme continua com Zera vingando-se de Perseu, ela o envia pra um lugar distante. Onde encontra o poeta Amon que lhe dá uma capa, Perseu encontra uma espada, capacete e um escudo. Um reflexo de um rosto de dentro do escudo fala que estas armas são presentes dos deuses e que o capacete faria o ficar invisível.
A Fúria de titãs, representa o período cosmológico predominando a explicação mitológica do universo em que o cosmo estava sujeito a vontade caprichosa dos deuses. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Através desse saber mitológico se explicava para a época e para aquele momento histórico as principais questões da existência humana, da natureza e da sociedade. Por outro lado não havia nesta época explicações cientificas para muitos fenômenos da natureza ou para acontecimentos históricos, como, armas com super poderes, cavalos com asas, corujas que falam entre outros.
Perseu usa o capacete, fica invisível e aparece na Etiópia e lá sabe da historia de Andrômeda e com o poder de tornar-se invisível. Sobe a torre onde ela esta adormecida. Fica apaixonado por sua beleza e toma a decisão de salvá-la. Na volta pergunta ao poeta como ir ao pântano. Só há uma chance que era na noite de lua cheia quando o cavalo alado, Pegasus, vinha beber água. Perseu laça o cavalo e vai até o pântano e presencia a escravidão de Andrômeda implorando a Cálibos para deixá-la livre e tirar a maldição do enigma. Ele não concorda. Depois que a ave leva Andrômeda, Cálibos vai lutar com Perseu.
Quando a rainha, mãe de Andrômeda, aparece desafiando os homens para libertar sua filha e casar com ela, Perseu aparece e decifra o enigma que estava na mão e nos anéis de Cálibos, a rainha com uma fita laça aquela união, mas nas suas palavras fere a deusa da terra e esta declara uma maldição sobre Andrômeda que em trinta dias deverá ser entregue para o monstro marinho.
Zeus ordena que Atena mande a coruja que representa Hermes para ajudar Perseu, a encontrar a Medusa, pois só o seu sangue poderá matar o ultimo dos titãs e salvar Andrômeda. A coruja chega onde eles estão e leva Perseu e os guerreiros até a caverna. Chegando lá encontraram as três velhas cegas e que compartilham o mesmo olho mágico. Com a ajuda da coruja tomou-lhe o olho mágico e Perseu recusa a devolvê-lo se elas não ensinarem como chegar até a Medusa. Elas ensinam, mas avisam do perigo de ser transformado em pedra.
Os gregos eram politeístas, consequentemente acreditavam em varias crenças, cultos e praticas religiosa. E essa crença em vários deuses e revelada no filme. Além dos oráculos, eles acreditavam em presságios, isto é, sinais significativos que eram interpretados como avisos dos deuses. O exemplo do vôo das aves que em certas ocasiões eram identificados como bons e maus. Como a inserção da coruja para ajudar Perseu.
Perseu seguiu com seus companheiros, atravessou o rio e avisa que não olhem o rosto da medusa. Usem o reflexo do escudo para proteção. Chegam ao santuário de medusa e Perseu passa a mão numa estatua e ela cai aparecendo um monstro de duas cabeças e cobras. Seus guerreiros lutam. Perseu vence a cobra e defende seus companheiros. Perseu se senta de cansado e lembra-se das palavras do escudo, ele salvara sua vida.
Tira a espada e protegido pelo escudo, corta a cabeça de medusa e coloca no alforje. Perseu dorme. Cálibos vem fere o alforje e o sangue escorre virando escorpiões gigantes. Perseu os venceu, mas seus guerreiros morreram. Luta com Cálibos e este morre com a espada enfiada na sua barriga.
Nisto Andrômeda está sendo conduzida para o sacrifício acompanhada de sua mãe. É colocada acorrentada a mercê do monstro marinho. Perseu chega montado no cavalo alado mais cai no rio e deixa cair o alforje com a cabeça de medusa. A coruja pega e dá para ele. Perseu tira a cabeça da medusa de alforje e aponta para o monstro marinho que morre. Perseu atira para bem longe a cabeça da medusa e vai tirar as correntes de sua amada. Todos ficam felizes. Zeus proíbe qualquer vingança contar Perseu. Deseja que eles se casem e sejam felizes, tenham filhos, fiquem entre as estrelas e constelações. Enquanto o homem caminhar sobre a terra e olhar para o céu vão lembrar-se de Perseu para sempre. Mesmo que nós os deuses sejamos esquecidos, as estrelas brilharão para sempre.
Todas as cerimônias públicas, mesmo de cunho político, eram iniciadas por práticas religiosas, o que revela a importância da religião entre os gregos antigos. Mas essa religião foi superada pela Filosofia. Os gregos acreditavam que a sabedoria plena pertencia aos deuses, mas os homens poderiam desejá-la e amá-la, tornando-se filósofos.
Foram entre os filósofos gregos a primeira tentativa de sistematizar uma psicologia. O termo psicologia vem do grego psyché, que significa alma, e logos, a razão. Etimologicamente, psicologia significa "estudo da alma".
Os filósofos da época buscavam o conhecimento do principio material da natureza, no fogo, na água, no ar, na terra, nos números etc. A consciência mitológica justificava as estruturas sociais, as relações de trabalho, parentesco e política.
Anterior ao advento da psicologia cientifica os gregos já haviam formulado duas "teorias": a platônica (Platão 427-347 a. C.) que acreditava na imortalidade da alma e a concebia separada do corpo, e a aristotélica (Aristóteles 384-322 a.C.) que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo.
Os gregos contribuíram para a psicologia no ocidente desde o período anterior a era cristã. A historia de sua construção está presente, em cada momento histórico, nas exigências de conhecimento da humanidade, nos desafios apresentados pela realidade econômica e social, e a necessidade do homem de compreender e explicar a si mesmo.